Cerca de 50 milhões de pessoas tem demência em todo o mundo, mais de 30 milhões diagnosticados com Alzheimer. O número de pessoas afetadas irá triplicar até 2050, esses são apenas alguns números e projeções divulgados pela Organização Mundial da Saúde . A Doença de Alzheimer é considerada hoje a demência de maior ocorrência entre idosos, mas não é a única. Esta estatística mostra o quanto é preocupante e, quanto antes se faz necessário buscar estratégias e cuidados para reduzir o risco de apresentar o Alzheimer, uma vez que se trata de doença prevenível e tratável. É importante salientar que é fundamental informar as pessoas. O desconhecimento torna o problema maior.
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A Doença de Alzheimer é caracterizada por declínio cognitivo (memória, linguagem, planejamento, raciocínio, atenção, etc) em relação a um padrão prévio, que impacta no dia a dia do indivíduo, deixando-o, aos poucos, incapaz de realizar atividades que sempre o fez, passando a necessitar de ajudar para realizá-las. Este quadro avança até chegar em total dependência de terceiros para as atividades mais básicas como tomar banho, usar o vaso sanitário, comer e vestir-se, por exemplo.
A doença tem três fases, conforme piora das funções cognitivas e funcionais. O início é insidioso e, muitas vezes, é difícil de ser percebido; muitos confundem, inclusive, atribuem as alterações à idade o que dificulta ir ao médico e se fazer um diagnóstico. Normalmente os sintomas iniciais são esquecimentos discretos, principalmente de eventos recentes, do tipo, esquecer nome de pessoas, onde guardou os objetos, esquecer de passar recados ou de lembrar o que quer dizer durante uma conversa.
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O indivíduo passar a ser repetitivo, esquece compromissos e pagamentos. A memória recente normalmente está alterada no início da doença, mas o quadro inicia com alterações psicológicas ou de comportamento. Faz-se necessário que, diante de alterações de memória, comportamento ou humor, busque-se um especialista (geriatra ou neurologista, por exemplo), para uma criteriosa investigação e diagnóstico o quanto antes. Chamo atenção que a doença de Alzheimer vem precedida de fases anteriores como é o Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) , fase onde já existe declínio cognitivo, mas sem impactar no dia a dia.
Pra se descobrir o CCL é necessário realizar o exame chamado de avaliação neuropsicológica. Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor o prognóstico. Se a pessoa é identificada ainda na fase de CCL, tem chance inclusive, de não converter para o Alzheimer. Vale a pena fazer o diagnóstico precoce, pois o panorama atual de tratamento é bem mais otimista. Além de medicamentos, treino e estimulação cognitiva com terapia ocupacional e neuropsicologia fazem um papel central para melhora de sintomas, redução de progressão da doença, com melhora global na qualidade de vida do paciente e sua família.
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No CCL, inclusive, não há medicamentos, o indicado é o treino cognitivo, atividade física e controle de fatores de risco cardiovasculares. O melhor de tudo é saber que Alzheimer tem prevenção. Com algumas medidas, temos risco diminuído e vamos melhorar aquele número estatístico assustador. Quero destacar o papel da reserva cognitiva! Como nosso cérebro tem neuroplasticidade e por isso, é capaz de mudar sua estrutura e sua função, o treino estruturado dos neurônios da cognição fará aumentar o seu número construindo uma RESERVA, que poderá ser utilizada para proteger você desta patologia ou, retardar o aparecimento da mesma. Então, lembre de cuidar da sua saúde mental.
Por Dra. Juliana Santana
Geriatra do Espaço Ativo