Pesquisa mostra que dois em cada cinco brasileiros acima dos 50 anos sofrem com a falta de memória. Reverter o quadro é possível com atividades que desenvolvem esta habilidade e melhoram a qualidade de vida
De acordo com uma pesquisa conduzida pela Conectaí, 40% dos brasileiros acima de 50 anos sofrem com a falta de memória. O número é preocupante, porém, a boa notícia é que existem técnicas e exercícios para turbinar esta habilidade.
Entre os diagnósticos mais comuns para a perda de memória, o estresse e excesso de atividades são as principais causas apontadas na pesquisa. Porém, em 30% dos casos, os problemas de esquecimentos são causados pelo envelhecimento natural. Muitas pessoas confundem também o esquecimento que faz parte da vida e também da velhice, com o diagnóstico do Alzheimer e outras demências.
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“É comum apresentar falhas de memória com o passar dos anos. O cérebro pode começar a ter perdas cognitivas aos 30 anos de idade. A medida que ele envelhece – assim como todos os outros órgãos do corpo-, os circuitos ficam menos estáveis e o hipocampo (região do cérebro responsável pelas memórias) fica menos eficiente”, explica Solange Jacob, Pedagoga do Método Supera Ginástica para o Cérebro.
Ela complementa dizendo que uma das grandes vilãs do nosso cérebro é também a comodidade proporcionada pela tecnologia, pois ela muda a forma como ativamos nossa capacidade de atenção e, consequentemente, a nossa memória.
Quer um exemplo? Tente-se lembrar de três números de telefone sem consultar a agenda do celular. Difícil, não é? Hoje em dia basta procurar pelo nome da pessoa, enquanto nossos pais decoravam o número de familiares e amigos.
Para driblar este efeito negativo do uso constante da tecnologia, a solução é praticar exercícios que estimulem nossa capacidade cognitiva. Coisa que por sinal vai de encontro com a prevenção de doenças como Alzheimer. O estímulo cognitivo é parte fundamental de um estilo de vida saudável e preventivo.
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“Para desenvolver nossa capacidade de memória, precisamos, primeiramente, melhorar a nossa capacidade de prestar atenção”, conta a especialista.
Essa capacidade pode ser desenvolvida com a prática de atividades que estimulam as ligações entre os neurônios, mais conhecida como ginástica cerebral. Com os exercícios que turbinam a mente é possível melhorar – além da memória –, a concentração, raciocínio e criatividade.
Segundo Solange, isso acontece porque a prática cria novas conexões entre os neurônios no cérebro (as sinapses). Quanto maior a densidade de sinapses no cérebro, maior é a nossa reserva cognitiva, que é a resistência da mente às lesões no cérebro.
No Brasil existe uma rede de franquias totalmente dedicada ao desenvolvimento do cérebro, o Método Supera. Nas 200 unidades espalhadas pelo Brasil, são usadas ferramentas como o ábaco (instrumento milenar para cálculos), jogos de tabuleiro, jogos virtuais, dinâmicas em grupo, apostilas com exercícios exclusivos e as neuróbicas (uma espécie de “atividade aeróbica para os neurônios).
“O cérebro é como um músculo do corpo que precisa de exercícios para ficar mais forte, por meio de desafios com níveis de dificuldades cada vez maiores para que os resultados apareçam gradativamente”, comenta Solange.
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É possível exercitar o cérebro no dia-a-dia?
Sim! As neuróbicas, uma das ferramentas do curso de ginástica cerebral, podem ser praticadas em qualquer lugar e ajudam a tirar o cérebro da zona de conforto e mantê-lo sempre ativo, contribuindo para a boa memória.
A prática envolve desde exercícios simples – que podem envolver situações diárias – até os desafios mais complexos – que proporcionam situações improváveis e pode ser feita por pessoas de todas as idades.
Trocar de mão para escovar os dentes ou para escrever, por exemplo, é bom para o cérebro. O simples gesto de trocar de mão para escovar os dentes, contrariando a rotina e obrigando à estimulação do cérebro, é uma nova técnica para melhorar a concentração, treinando a criatividade e inteligência e, assim, realizando um exercício de neuróbica.
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Tente fazer um teste fazendo alguns exercícios no seu dia-a-dia. Estas são as sugestões da Diretora Pedagógica do Método Supera:
- Use o relógio de pulso no braço direito (ou no braço esquerdo, se for canhoto);
- Escove os dentes ou escreva em uma folha de papel com a mão contrária da de costume, concentre-se nos pormenores que você nunca havia reparado;
- Ande pela casa de trás para frente; (na China há muitas pessoas que treinam isso em parques);
- Se vista de olhos fechados;
- Estimule o paladar, coma coisas diferentes;
- Veja fotos de cabeça para baixo e tente observar cada detalhes que antes lhe passara despercebido;
- Veja as horas num espelho;
- Faça um novo caminho para ir ao trabalho ou introduza pequenas mudanças nos seus hábitos quotidianos, transformando-os em desafios para o seu cérebro;
- Converse com o vizinho que nunca dá bom dia…
- Comece agora trocando o mouse de lado.
A especialista lista ainda cinco dicas para melhorar a memória que valem para pessoas de todas as idades:
- Sono: há tempos, o sono é definido por cientistas como o estado em que nosso corpo otimiza e consolida novas informações adquiridas e as armazenam como memória.
- Alimentação: está provado que uma dieta rica em Ômega-3, vitamina B e antioxidantes é importante para a saúde do cérebro e para ter uma boa memória.
- Relaxamento:desestressar e meditar são formas reconhecidas de preservar as lembranças. Segundo estudos amplamente divulgados, a prática diária da meditação ativa as partes do córtex cerebral responsáveis pela tomada de decisão, atenção e memória.
- Exercícios físicos: estudos científicos mostram que o exercício físico melhora e protege a função cerebral, sugerindo que pessoas fisicamente ativas apresentem menor risco de serem acometidas por doenças neurodegenerativas.
- Estímulo Cognitivo: quando você pratica alguma atividade intelectual, o que também podemos chamar de ginástica cerebral, cria novas conexões entre os neurônios no cérebro (as sinapses). Quanto maior a densidade de sinapses no cérebro, maior é a nossa reserva cognitiva, a resistência da mente às lesões no cérebro.