Vamos direto aos fatos, sem amenidades, vivemos hoje ao lado de 35 milhões de idosos com demência em todo o mundo. A realidade do brasileiro representa 1.5 milhão de idosos já diagnosticados. Isso significa toda a população da capital gaúcha, a 10ª cidade mais populosa do país. E não para por aí, apenas 1 em cada 4 idosos tem condições de buscar um diagnóstico e enfrentar a doença com dignidade e longe da cultura da “caduquice”.
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Em alguns lugares do mundo a comunidade, o setor privado e o setor público trabalham para mitigar os efeitos da demência mais comum na casa de famílias que enfrentam o diagnóstico complexo e inesperado do Alzheimer. Assim é o “Vila Demência” na Holanda, ou então o governo japonês assumindo recentemente a responsabilidade no envelhecimento de sua população com qualidade, e a atitude de um geriatra e vereador da cidade de Limeira, interior de SP, na elaboração da 1ª Lei do Alzheimer em nosso país.
A ideia surgiu a partir do confronto com a necessidade de novas políticas públicas para o envelhecimento da região, facilitando um processo que muitas vezes vem acompanhado de grande dificuldades econômicas, culturais, familiares e fisiológicas. A Lei 5.833/2017, instituída em 2017 em Limeira é de autoria do Dr. Marcelo Rossi, personagem conhecido na cidade e sempre incansável na busca por alternativas que promovam qualidade de vida para os envelhescentes.

A Lei é necessária para a implementação de outras políticas públicas, afirma o Dr Marcelo.
A Lei atua sob três premissas: prevenção, conscientizando a população dos fatores de risco da doença, diagnóstico precoce para um início efetivo dos tratamentos disponíveis hoje e atendimento multidisciplinar ao idoso da rede pública que não tem acesso aos demais serviços de atendimento necessários. A iniciativa garante cuidados humanizados e integrados para idoso e familiar. Além disso as políticas implementadas visam trazer para o SUS exames cognitivos de memória que possam auxiliar em um diagnóstico mais acurado.
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“Se a Doença de Alzheimer for identificada nos estágios iniciais, as chances de controlar seus avanços e retardar a progressão são muito maiores, garantindo mais dignidade aos pacientes e familiares. O custo da implantação destes testes, em comparação com outras despesas públicas e reflexos sociais do aumento dos casos de demência, é muito menor. No serviço privado, é possível encontrar valores a partir de R$ 200.” Afirma o Dr. Marcelo Rossi, autor da lei.
A Lei do Alzheimer visa preparar a população para a inversão da pirâmide etária com medidas preventivas e assegurando a dignidade de sua gente. Fazem parte da equipe médicos, psiquiatras, psicólogos, fisioterapeutas e outros profissionais que utilizam como ferramenta Oficinas da Memória, Dedinho de Prosa, Ginástica para o Cérebro, Cuidando de Quem Cuida, entre outras ações. Mas além da interferência na vida dos pacientes, os efeitos da doença refletem também na dinâmica familiar, o que exige ainda orientações e até mesmo cuidados com os demais membros da família.
A doença, caracterizada pela perda de funções cognitivas como memória, orientação, atenção e linguagem, é causada pela morte de células cerebrais e ainda é alvo de estudos que visam identificar suas causas e aprimorar as formas de tratamento.
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De abrangência municipal, a Lei 5.833/17 poderá ser referência para a criação de legislação estadual sobre o tema. Na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), o deputado Edmir Chedid já iniciou a elaboração de um projeto que em breve deverá ser apresentado. Vamos ficar na torcida para que outros estados possam replicar essa e outras tentativas de melhorar a qualidade de vida de nossos avós, afinal de contas, nós seremos os avós de amanhã.
*Matéria produzida com exclusividade para o site da Vovó Nilva.