Recentemente o vídeo de um senhor diagnosticado com Alzheimer reconhecendo seu filho tomou conta das redes! Profissionais e personalidades que trabalham com o assunto passaram a receber o link centenas de vezes por semana fazendo alguns questionamentos. A razão para tal popularidade é clara, o vídeo correlaciona a melhora na saúde do idoso a partir do uso medicinal da cannabis – maconha. (MÚSICA DE SUSPENSE!!!!!)
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Alguns membros da ABRAz (Associação Brasileira de Alzheimer) e outro neto que trabalha com o assunto, o Pomba (@vodapomba), entraram em contato comigo com a mesma preocupação que eu tinha: o efeito dessas postagens no entendimento do público.
Desde a despedida de vovó me dedico a trazer informação sobre a doença, estudar alternativas para o envelhecimento, e produzir conteúdo para familiares que vivenciam o Alzheimer no cotidiano, nada mais justo então do que esclarecer algumas dúvidas que surgiram a partir desse turbilhão midiático.
Certamente você ouviu falar no vídeo de seu Ivo, um jovem senhor – provavelmente – em fase intermediária da doença e bastante agressivo. Seus cuidadores são sua esposa e o filho, muito dedicado e presente no dia a dia do pai. O vídeo de fato emociona! Não há como negar que mesmo quando a lembrança se despede, há algo que resiste, e esse algo é o sentimento. Vez ou outra esse sentimento irá surgir de forma inesperada, e não temos como explicar de que maneira algumas lembranças se fazem presentes e outras não, por mais importantes que sejam elas. Basta crer então que sim, o sentimento não se esconde da mente e não foge o corpo a que pertence, mas se “confunde” e necessita de seus guias. Somos nós, os familiares.
Porém, o título do vídeo, assim como a hashtag que popularizou rapidamente, continha uma palavra que coloca em risco todo o trabalho de democratização do conteúdo sobre a doença: #CURANDOIvo, diz a legenda. Não, não há CURA para o Alzheimer. Essa é a realidade hoje, dia 06 de agosto de 2019, e antes de mais delongas é preciso apagar com água fria a chama que se criou. Eu detesto assumir esse papel, mas é necessário.
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Há mais de 10 anos nenhuma nova droga é aprovada para o tratamento da doença, e toda medicação que visa tratar o Alzheimer tem efeito SINTOMÁTICO, e não CURATIVO. Isso significa que não impedem ou modificam o curso da demência, mas agem de forma eficaz no controle de alguns sintomas – como as alterações de comportamento, a agressividade, a apatia… – oferecendo também mais independência pro idoso e qualidade de vida para toda a familiar. Mas atenção, a doença seguirá seu curso e não deixará de existir.
O termo CURA nesse contexto é utópico e foi, infelizmente, utilizado de uma forma equivocada a partir de uma INTERPRETAÇÃO. O Alzheimer é uma daquelas doenças que não oferece alternativa de cura, mas quando falamos de nossos pais e avós, sempre existirá uma expectativa.
O que o filho de seu Ivo tinha era a expectativa de uma nova realidade para seu pai. Não podemos culpá-lo por isso. Porém a interpretação feita do uso do óleo de cannabis no tratamento da doença foi equivocada e isso merece ser dito. Os componentes do cannabidiol podem ter tido efeito no controle da ansiedade de seu Ivo, por exemplo, como é utilizado em outras patologias inclusive no alívio de dor, mas o termo cura jamais deveria estar relacionado nesse caso.
Indo mais a fundo no uso dos componentes da cannabis no tratamento do Alzheimer, não há hoje estudo científico conclusivo que possa assegurar essa prática, sendo assim seu uso deliberado e empírico pode colocar em risco habilidades cognitivas e físicas do idoso. Um estudo meticuloso, honrando todas as etapas até uma conclusão segura, mede efeitos a curto, médio e longo prazo, oferecendo então uma alternativa blindada de grandes danos e abrangendo um determinado número de participantes do estudo. Ou seja, não pode trazer benefícios para 1 e não trazer para outros 50 que participaram do mesmo ensaio. Isso evita, por exemplo, que uma prática seja adotada como tratamento, e depois de anos se descubra que seu uso acelera a doença ou traz déficits que antes não se tinham.
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A Alzheimer Society ressalta em nota que alguns estudos hoje sugerem o uso de componentes da Cannabis para manejo dos sintomas da doença, mas que não há possibilidade hoje de mencionar qualquer processo de cura ou reversão dos diagnósticos, nem mesmo seu uso visando uma prevenção.
Alguns estudos tentam hoje comprovar o efeito dos componentes da Cannabis no controle da agitação e ansiedade de idosos com Alzheimer, mas a organização internacional reitera que boa parte desses estudos – considerados de baixa qualidade – são feitos a partir de uma alta concentração de CBD (cannabidiol), provavelmente indisponíveis para compra e consumo. Quem sabe logo mais poderemos ter uma alternativa segura, mesmo a base dos componentes da maconha, para manejo de agitação e agressividade do idoso com Alzheimer? Toda ajuda é bem vinda.
Importante também mencionar que a queima da cannabis não tem efeito terapêutico, e sim estudos sugerem utilizar componentes isolados da planta. PORTANTO, amigos, não rola acender um baseado com a vovó, ok?
Para completar, o filho de seu Ivo e sua família dedicada trouxeram à tona assuntos importantes. De uma forma instigante e inflamada, assuntos polêmicos e tabus puderam ser discutidos por profissionais e familiares, ampliando a perspectiva do assunto. Ainda que não haja comprovação de efeitos positivos no uso da substância, quando e se houver um dia, será necessário passar por algumas barreiras em nossa cultura, mas havendo a segurança da melhora daqueles que amamos, lá estaremos eu, ABRAz, Alzheimer Society, o Pomba, a família de seu Ivo e muitos outros para contribuir com uma discussão saudável.
Muito boa as suas explicações…meu pai tem Alzheimer na sua fase inicial e apresenta uma agitação e irritabilidade que tentamos controlar com calmante prescrito pelo médico que o acompanha.O que tem me preocupado é o avanço rapido da doença após o uso da Donepezila. É comum isso acontecer? Abraço
Miguel minha vo vai começar a tomar esse remédio que VC citou,VC viu piora c esse medicamento?
Se você for olhar o que esses laboratórios querem, se o filho disse que o senhor Ivo teve uma melhora sinificativa na sua parte cognitiva, eu creio, pois ninguém vai postar vídeo com uma coisa tão séria assim! A pessoa acometida por Alzheimer fica agitada por que a doença vai destruindo sua capacidade de controlar emoções, e aí dão justamente calmante que para apagar o resto de memória que ainda existe! É muito triste! Vale a pena tentar outras alternativas!!
Houve um equivoco pela minha percepção de “piora” associado a Donepezila! Na verdade meu pai teve um AVC (nao diagnósticado inicialmente) que na verdade foi o que provocou um aumento da perda cognitiva! No momento ele inicia um tratamento com canabidiol. No texto acima se coloca o canabidiol como simplesmente um farmaco que pode controlar a ansiedade, depressão do paciente com alzheimer, mas a realidade pelo que tenho acompanhado em grupos do uso de cdb é outra! Esta havendo uma melhora sensível no que diz respeito a parte cognitiva do portador do alzheimer. Por mais que uma parte da classe medica negue isso esta acontecendo.Ninguem esta com isso alardeando uma cura e sim melhora da qualidade de vida dos portadores. Sugiro que assista a palestra do neuro cientista Sidarta Ribeiro: https://youtu.be/AJ6TNooNXXk e tire suas conclusões.
Boa noite Miguel, minha mãe diagnosticada com Alzheimer na fase inicial, está fazendo uso a duas semanas do canabidiol, prescrito por sua psiquiatra.
Gostaria de participar de grupos para trocas de informações .
Você poderia indicar algum para mim..
Grata
Olá
Já notaram alguma melhora depois q ela começou a usar a substância.
Meu pai está na fase de nicial do alzimer mais as atitudes tem desgastado muito a minha mãe.
Grata
Olá,
Gostaria de iniciar o tratamento com CDB com minha mãe, como devo fazer? O que é preciso?
óleo maravilhoso uma benção que melhorou muito a vida de minha família ! Minha mãe melhorou muito ! O filho do seu Ivo não mente
Realmente não tem cura ! Mas melhora muito
Me arrependo por não ter usado mas cedo na minha mãe por puro preconceito!
Minha mãe tomava 15 remédios agora toma 2
Graças a um neurologista humano que e totalmente contra a indústria farmacêutica
Alimentação natural e óleo de CANABS a melhora foi muito significativa sem efeitos colaterais algum! No
Também concordo com você, pois o que interessa a indústria farmacêutica é somente o lucro! Digo porque um medicamento que é usado para ajudar a baixar a pressão arterial sistêmica, pode causar diabetes em seus usuários! Porém, muitos pacientes não são alertados quanto a isso. E essa droga é um diurético usado amplamente por muitos!!
Boa tarde meu pai começou tomar esse medicamento mas não resolveu,abaixou sua imunidade e teve herpes zooster,paramos o medicamento agora está tomando hemitartarato de rivastigmina está sendo ótimo pra ele
Isso é bastante complicado, que por um lado vejo videos e depoimentos de pessoas que estão usando o óleo para a doença de Alzheimer e estão tendo melhoras, e por outro lado, ja fui em médicos que dizem que não tem nada comprovado sobre a melhora com pacientes com Alzheimer. Meu pai tem 66 anos, vejo o avanço diariamente da doença, e cada vez mais a dificuldade em cuidar dele. Ja tentei tratamentos com anti depressivos diferentes, como Brintelix, Valdoxan e Eliflore. E o excelon patc. Porem sempre vejo a piora sgnificativa.
E o que digo é que na situação que ele esta, vou procurar o tratamento com o oleo, pois quero tentar todas as maneiras. Eu tento ajudar o máximo que posso, na esperança de ver ele melhorar, mesmo sabendo que a doença não tem cura.
Então, é triste e frustante ver meu pai tomar tanta droga e nada fazer efeito. Só piora… Se meu coroa está em fase terminal, vou tentar oferecer pelo menos um conforto nesta etapa. Tô fazendo chá de cannabis (n tenho grana pra comprar canabidiol) e dando a ele. Se vai dar um alívio, n sei? Mas ficar parado vendo tudo acontecer é fo.da demais.
Medicina tradicional não dá resultado, vou tentar a alternativa
Minha mãe tem 90 anos, e depois de uma infecção urinária, foi tratada com um antibiótico potente que resultou em um surto psicótico em abril, no auge da pandemia. Depois disso o Alzheimer acelerou de tal maneira que a levou por 10 vezes para emergências. A pressão ficava alta, e as alucinações e agresividade só pioravam o quadro. Depois de várias tentativas com calmantes receitado pela atual neurologista, agora ela tem fases do surto. Mas o medicamento não está sendo dado como o prescrito porque notamos uma prostação alternda com depressão. Conversei com a neuro sobre o tratamento com o canabidiol, mas ela não quis estender sobre o assunto. Minha mãe não está mais andando, e nem de pé consegue ficar, e eu só gostaria de dar qualidade de vida para o que ainda resta para ela. Enfim, se tivesse um catálogo com os médicos que fizeaaem este tratamento alternativo seria muito bom ter à mão.