Depois de um janeiro BASTANTE doente, revisitei vários pensamentos que surgiram enquanto eu cuidava de minha avó em seus últimos anos de vida. Será que eu estou fazendo o suficiente para a minha velhice saudável? Existe algo que eu possa fazer hoje?
Alguns pensamentos ficaram lá no passado, mas com um mês repleto de consultórios médicos, emergências e farmácias voltei a me questionar!
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Imagine a saúde do nosso envelhecimento como uma grande pizza – péssimo exemplo, mas eu adoro pizza. Agora divida em 4 ‘tipos‘ de saúde que juntas proporcionam uma velhice mais tranquila: saúde física, mental, emocional e social. Não há remédio – ou prevenção – mais completo para beneficiar todas as fatias do que o exercício físico.
Toda velhice traz consigo algumas perdas naturais. Perdemos músculos, massa óssea, alguma mobilidade e corremos maior risco de quedas e fraturas. Isso só pra começar! Mas existem muitas outras perdas atípicas causadas por doenças como é o caso do Alzheimer e seus muitos sintomas limitantes. O exercício é a melhor forma de manutenção da nossa resistência física e tem se mostrado de grande importância para a saúde do nosso cérebro tanto quanto os exercícios cognitivos – palavras cruzadas, por exemplo.
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Assumo que esse é um assunto complicado pra mim, justamente por ter plana consciência da necessidade da atividade física e não praticar nenhuma delas. Adoraria sentir tesão em frequentar a academia ou ser o tipo de cara que sai para correr em um dia de sol, mas infelizmente eu sou o gordinho faceiro que troca tudo isso por um cachorro quente e um copo de cerveja – to assumindo minha culpa, mas esse é o primeiro passo para a transformação!
Se envelhecer significa também herdar algumas dificuldades e requer adaptações, acaba sendo nossa missão manter e adotar hábitos para suavizar essas mudanças que surgem com o tempo. Como eu disse acima, não há melhor alternativa que o exercício físico, é uma realidade que estou absorvendo.
Alguns exercícios adaptados podem ajudar até no tratamento da incontinência urinária e na melhora da postura e respiração. Junto com exercícios cognitivos, como é por exemplo a ginástica cerebral promovida pelo Supera, a atividade física vai melhorar a atenção, a memória, a coordenação motora e o equilíbrio.
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O desafio está em encontrar a sua modalidade essencial, que consiste em conectar aquilo que te da prazer com as atuais limitações. Para muitos idosos o treino de um rapaz de 20 anos será um grande risco, mas é necessário buscar algo que se adapte as necessidades do praticante. O Yoga, por exemplo, é capaz de conectar mente e corpo, já atividades como pilates tem baixo impacto considerando algumas limitações da idade mas vai trabalhar a respiração e a postura na busca pelo reforço muscular.

Com um convite inesperado o patins acabou entrando na minha vida.
Além de resistência física e cérebro saudável, para fazer um exercício muitas vezes nos colocamos em um novo grupo de pessoas, novas instruções, novos espaços que nos forçam a sair de casa ou da rota casa – trabalho – casa, é a partir disso que promovemos a nossa saúde social – e a capacidade de sociabilizar – e por uma combinação de hormônios ativados com a atividade física a nossa saúde emocional é beneficiada com novas conexões afetivas, estímulos, melhora da felicidade e prevenção da depressão – ou como alternativa no tratamento de quadros depressivos.
Um estudo canadense mostrou que pacientes com Alzheimer que praticavam exercício antes e após o diagnóstico tinham menos fadiga, problemas nas articulações, coração mais saudável e boa mobilidade. Um início de doença quase assintomático em comparação ao grupo que não praticava atividade física.
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Recentemente a Universidade Federal do Rio de Janeiro comprovou que ratos com Alzheimer tiveram os sintomas da doença anulados após a prática regular de atividade física em piscinas. O hormônio responsável por isso é a Irisina, descoberta há seis anos e grande aposta para novidades no envelhecimento saudável para as próximas décadas.
Verdade seja dita: o exercício físico é essencial. Assim como aquele que luta contra diabetes ou hipertensão, todos nós temos essa batalha travada contra uma velhice cheia de limitações, não há outra prevenção tão completa e assertiva. Saia de casa e descubra algo que te dê prazer ou simplesmente escolha algo. Não é um luxo ou uma opção, é uma obrigação conosco e com nosso futuro mais distante de farmácias e mais próximo de parques, com menos visitas em hospitais e mais almoços de domingo com a família.
Comecei a patinar na semana passada. Foram dois dias até então. Me sinto vitorioso!